Bubalino: obra em coautoria de avó e neta

 

Quem poderia imaginar um búfalo voador? A resposta é: Isabel, minha neta de 9 anos de idade. Há tempos, ela vem afirmando que voa para todo o lugar nas costas de um búfalo. E que o bicho é manso.

Pensei que isto daria um livro (como parte de meu projeto de escrever uma obra para cada neto). Então, aproveitei uma viagem em outubro ao Brasil e, durante vários dias, fui questionando a menina sobre: Como ela conheceu o búfalo? O que aconteceu a partir daí? Como eles se comunicam? Para onde viajam e assim por diante. Queria forçá-la a pensar numa sequência de cenas próprias de uma história, incluindo o princípio e o final. Percebi que ela criava tudo na hora. Neste estágio, eu anotava sem criticar os episódios a respeito de suas viagens com o búfalo.

De volta a Londres, passei a me concentrar na narração do texto. O mais difícil foi encadear as cenas fantásticas num todo lógico. Pesquisei na web para assegurar a correção dos fatos, bem como para dar verossimilhança ao cenário e às ações e falas dos personagens.

Entretanto, Isabel e eu seguimos definindo as características dos três personagens: Isabel, Caco – seu macaco de pelúcia – e o búfalo. A menina levou o projeto a sério e se dispôs a ouvir e comentar as muitas versões do manuscrito.

Para criar a personagem Isabel, com a ajuda de seus pais, inseri no texto algumas falas e gestos usuais da menina. Caco, o macaco de pelúcia, assume vida no momento em que ele e Isabel saem disparados do avião e entram no mundo da fantasia. Uma vez que o búfalo imaginado por Isabel é manso, ele só poderia ser um búfalo da água, domesticado, da espécie Bubalus bubalis.  Então, surgiu o seu nome na história: Bubalino.